segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Gira

A gira da terra
A gira da roda
Eu quero ver girar
Gira a vida
Gira a esfera
Para sempre
Eu quero ver girar
Gira mundo
Gira moinho
Eu quero ver girar
Para sempre
Gira o vento
Gira a poeira da terra
Eu quero ver girar
Gira no compasso
Gira girando
Para sempre
Eu quero ver girar
Gira tempestade
Gira o trovão no ar
Eu quero ver girar
Para sempre
Gira pedra no barranco
Gira água do rio selvagem
Eu quero ver girar
Gira toda vida dentro do círculo sagrado

As estações virando e girando
O grande ciclo da vida e da morte
As estrelas de todas as galáxias, o universo
Da condensação ao silencioso trovão final
A gira do sol e da lua na esfera celeste
Círculo sagrado das esferas da vida
Eu quero ver girar

Paulo Renault

Um comentário:

  1. Quem te viu e quem te vê, lobo mau... parece que foi ontem que vc me encostou na parede, xingando de concretista... gostei de trombar seu poema gira, seu girão, com esse visu de Tempestade do Gonçalves Dias... Foda, véi!

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